Ministério da Cultura e Itaú apresentam Série Cênica Especial no Theatro José de Alencar com “1877”, da Trapiá Cia Teatral (RN)
Com entrada gratuita e apresentações nos dias 21 e 22 de setembro, a peça integra a série que tem patrocínio do Itaú por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet
O Theatro José de Alencar, espaço da Rede Pública de Equipamentos Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), recebe nos dias 21 e 22 de setembro (sábado e domingo), às 19h, no Palco Principal, a Trapiá Cia Teatral, de Caicó (RN), com o espetáculo intitulado “1877”.
“1877” é uma peça convidada a integrar a Série Cênica Especial no Theatro José de Alencar, que tem patrocínio do Itaú por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet. A entrada é gratuita com a retirada de ingressos feita pela plataforma Sympla (https://site.bileto.sympla.com.br/theatrojosedealencar/).
Sobre a montagem
Uma das maiores secas que assolou os sertões nordestinos desnudou o ser humano em todas as suas fragilidades e complexidades, confundindo-o com a própria natureza que o consumiu e com sua animalidade mais primitiva. Seres sempre em trânsito que precisavam conviver com governos que pouco se importam com os mais pobres e vulneráveis, com cangaceiros que possuíam suas próprias leis, com beatos que prometiam a salvação e a luta, com romeiros que tinham na fé seu único sustentáculo, com a epidemia que arrasou vilas e famílias, com corpos que se deterioravam. O som do resistente bode perseguia os retirantes expondo suas entranhas. Foram vidas, e não apenas números estatísticos, enterradas na terra seca. 1877 nos ensina que o passado pode ser muito presente.
O espetáculo apresenta o sertão nordestino num dos períodos mais terríveis de sua história: a Grande Seca de 1877. A seca, que pela primeira vez fez chegar aos tabloides do país, a real situação dos sertanejos e a falta de políticas públicas para garantir uma vida digna aos moradores das brenhas do sertão. Pessoas que precisavam conviver com a falta de alimentos, com uma epidemia de varíola avassaladora, com grupos de cangaçeiros que perambulavam pela caatinga em busca de justiça e cometendo injustiças, padres insensíveis e outros com grande apelo popular, escravidão que ainda agravava a situação dos negros, beatos que pregavam a salvação pela fé e pela resistência, romeiros sempre em busca de uma possibilidade de encontrar conforto espiritual e de comida para seus estômagos, pessoas tomadas pela miséria e que cometiam crimes como o canibalismo, poetas que enfeitaram de cores através de seus versos um sertão em desordem… um mundo que lutava para continuar vivendo, mesmo que tudo indicava o contrário. Resistir e ser forte… Isso se faz em “1877”, espetáculo que fala de corpos em suas complexidades, não de números. Um território construído nos deslocamentos e nas dores.
FICHA TÉCNICA
Pesquisa, texto e direção: Lourival Andrade
Elenco: Alexandre Muniz, Emanuel Bonequeiro, Maria Alice, Monica Belotto e Pedro Andrade.
Cenário e cenotécnica: Custódio Jacinto
Figurino: Monica Belotto e Camila Muniz
Concepção e Execução de Iluminação: Adriano Nunes
Maquiagem: Bruno César
Visagismo: Coletivo Trapiá
Composições musicais: Carú Fernandes
Composição das paisagens sonoras: Emanuel Bonequeiro
Execução das paisagens sonoras: Coletivo Trapiá
Preparação vocal: Heli Medeiros
Fotos: Brunno Martins e Alan Matson
Sobre a Trapiá Cia Teatral
A Associação Cultural Trapiá, oficialmente criada em 2017, já atua desde 2014 no cenário cultural do Rio Grande Norte através das ações da Trapiá Cia Teatral. A partir de 2017 suas atividades se ampliaram para além das montagens teatrais. A Associação acredita que a atuação dos artistas que compõem sua estrutura pode contribuir para a melhoria da vida das pessoas, sobretudo crianças e adolescentes através de ações que qualifiquem a educação tendo a arte como ferramenta, tanto que seus projetos foram reconhecidos e foram registrados no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Caicó/RN (Registro nº 13). Uma das características da Associação é falar do lugar em que ela se encontra, o sertão, por acreditar que ao falar do seu lugar está falando do mundo e se relacionando universalmente com todos os povos. O coletivo formado a partir desta ideia se propôs a defender, preservar e conservar o meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável tendo a arte como instrumento para chegar a todos os lugares e todas as pessoas. Acreditamos que a promoção da cultura e a defesa de todo o patrimônio material e imaterial é papel decisivo para o desenvolvimento do ser humano em sua totalidade.
SERVIÇO
Ministério da Cultura e Itaú apresentam: Série Cênica Especial no TJA com Espetáculo “1877”, da Trapiá Cia Teatral (Caicó-RN)
Data: 21 e 22 de setembro de 2024 (sábado e domingo), às 19h
Local: Palco Principal do Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525, Centro)
Capacidade: 711 lugares
Duração: 55min
Classificação indicativa: 12 anos
Local acessível somente no setor Plateia (térreo)
Gratuito – distribuição pelo Sympla